A
inter-relação do autor, do texto e do leitor.
Sabemos que todos os textos são uma forma de comunicação
e interação verbal, e é através dele que se dá a inter-relação entre o autor e
o leitor.
Sempre que se constrói um texto o autor tem como função
de entrar num processo que se chama enunciação, onde se coloca todo o seu
conhecimento sobre o mundo. Desta forma
o autor constrói o texto para que assim, o leitor tenha como função captar suas
intenções reais.
O texto é como uma ferramenta de comunicação e assim tem
como objetivo, transmitir a principal ideia do autor no seu contexto e no
momento, assim havendo a intencionalidade do autor e a aceitabilidade do
leitor.
É sempre no ato da leitura que se interpreta e se
compreende o que o autor nos quer passar, pois desta forma, o leitor buscará em
sua memória tudo que se refere naquele assunto. Assim o leitor irá construir o
sentido do texto, após ter feito a leitura, e assim também irá ativar seu
conhecimento discursivo.
Para que possa ocorrer a interação entre eles, o leitor
tem como função ter um conhecimento básico sobre o que o autor trata no texto,
através de seu conhecimento linguístico, enciclopédico, interacionais e de
mundo.
De acordo com PCN de Língua Portuguesa (1998, pp.69-70)
“A leitura é o processo no
qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do
texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o
autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair
informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma
atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência, e
verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses
procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar
decisões diante das dificuldades de compreensão, avançar na busca de
esclarecimentos, validar no texto suposições feitas.”
A
intencionalidade e a aceitabilidade
O que podemos entender como intenção?
Podemos considerar uma intenção, como um conceito
reservado, uma ideia sub - compreendida, como se fosse um propósito disfarçado.
A intencionalidade do autor é tudo aquilo que ele quer
expressar através do texto. Para que o autor possa passar sua intenção sobre o
texto, ele necessita de um conhecimento de tudo o que ele está escrevendo,
porque na construção de um texto, é preciso que o mesmo contenha coerência e
coesão, ou seja, ele deve ser um texto coerente e coeso para poder alcançar o
objetivo comunicativo, pois em algumas das situações, considera-se necessário
que o autor adote uma modelização da linguagem para que assim, obtenha melhor a
compreensão do leitor, pois assim, o autor pode utilizar algumas “palavras
chave” do mundo em que vive o leitor, dessa forma, o autor demonstra sua
preocupação em assimilar-se com sua ideia principal.
Já na aceitabilidade, o leitor necessita um conhecimento
prévio para avaliar o texto corretamente, dessa forma, ficando ao seu critério
aceitar ou não a intenção real do autor. Pois consequentemente, é através de
sua interpretação e interação que se pode dar o sentido a leitura, reconhecendo
o que há de implícito ou explícito que contenham no texto.
De acordo com Koch, a aceitabilidade é uma contraparte da
intencionalidade, pois ele nos deixa claro que para que se haja a aceitação é
necessário que o autor, o texto e o leitor, estejam em constante interação.
Metodologia
Faremos a Leitura de um texto infantil Dinossauros Herbívoros, retirado do site, http://www.ideiacriativa.org/p/textos-infantis.html com
crianças de Educação Infantil e Ensino Fundamental com a intenção de mostrar
que o autor usa a intencionalidade para passar um conhecimento ao leitor.
Levaremos o texto para um encontro em grupo, na residência da aluna Letícia,
pois não conseguimos fazer a aplicação em sala de aula, por motivos
burocráticos de algumas escolas, por isso optamos por fazer esse encontro com
os alunos, assim falaremos sobre o texto e pediremos aos alunos que os
interpretem.
Assim nesse encontro, formaremos também, uma roda de
conversa e incentivaremos um a um, falando da importância da leitura. Depois
disso passaremos o texto para que cada um possa ler individualmente, para que
assim, cada um entenda, e de o sentido por meio da leitura e das informações
que lhes foram dadas.
Passado esse momento, observaremos a narrativa de cada
aluno, pois cada criança vive em constante construção de seu conhecimento,
dessa forma, não são todas que possuem o mesmo entendimento e conhecimento.
Perguntaremos a todas as crianças se elas entenderam sobre a intenção do autor,
deixaremos que elas passem tudo para o papel, se aceitaram ou não e daremos as
folhas para que elas possam fazer a dissertação.
Análise
dos Resultados
Percebemos que com essa atividade aplicada, os alunos
ficaram bem à vontade, mostrando interesse e pedindo muitas explicações, o
assunto despertou muitos porquês dos alunos para nosso grupo, durante a
atividade. A forma como o texto foi contado também chamou a atenção dos alunos,
pois durante cada estrofe do texto, vinha acompanhada a explicação, assim
facilitava mais para os alunos. Os alunos menores tiveram um pouco de
dificuldade de compreensão, pois por serem menor, são mais impacientes e fica
mais difícil para eles prestarem atenção, então tivemos que acompanhá-los nas
leituras mais vezes e o processo foi um pouco mais demorado, pois cada um tinha
uma visão diferente sobre o texto.
No entanto, conseguimos realizar a pesquisa com tranquilidade, força de vontade e muita dedicação.
Conclusão
Com o trabalho realizado, entendemos que a
intencionalidade é a principal ideia a ser passada pelo autor, a principal ideia que o autor quer transmitir, mais para que isso ocorra, ele tem que ter
todo o conhecimento específico sobre o assunto a ser tratado.
O leitor quando faz a leitura, através do seu
conhecimento pode ou não entender o que o autor quer transmitir. Pois a
intencionalidade do autor junto à aceitabilidade do leitor que vai proporcionar
o entendimento do texto.
O leitor através do seu conhecimento pode ou não aceitar
o que o autor quer se referir num texto, assim como os alunos que aplicamos a
leitura, uns entendem, outros não, uns aceitam com rapidez, outros já precisam
fazer a leitura uma ou mais vezes para entender e assim por diante, pois
ninguém é igual a ninguém e cada um pensa e interage de forma diferente e cabe
ao educador respeitar o limite de cada um de seus alunos e ter muita dedicação.
Referências
Bibliográficas
KOCH, I.V & ELIAS, V.M. Ler e compreender: os
sentidos do texto. 2ed. São Paulo: Contexto, 2008.
UNIBR - Faculdade de São Vicente
Curso: Pedagogia 2ºA
Professor: Hélio Rodrigues Junior
Alexsandra Fernandes
Bianca Gonçalves
Cintia Helena da Silva Gonçalves
Clécia Aparecida Ozório da Silva
Cristina Luna de Oliveira